29/01/13

NORMAS DIETÉTICAS PARA PACIENTES COM RINITE E BRONQUITE ALÉRGICAS

No caso da Rinite e Bronquite Alérgica (asma) é importante descobrir as causas que desencadeiam o fenómeno. Geralmente, trata-se de uma deficiente adaptação do organismo às circunstâncias externas, que podem ser de ordem:
  1.  Meteorológica 
  2.  Emocional 
  3.  Substâncias inaladas da atmosfera (como mofo, pólen, odores) 
  4.  Substâncias ingeridas 

Nos casos 1, 2 e 3 podemos ajudar com a alimentação, alterando a constituição alérgica e desta forma a predisposição do organismo a não metabolizar os fenómenos externos acima mencionados. No caso 4, especificamente, temos que eliminar a substância causadora da alergia, que muitas vezes leva anos até ser descoberta. Existem testes cutâneos que podem ser utilizados para detectar a causa da alergia, mas uma boa observação pode também ser muito útil. Neste caso a predisposição alérgica pode ser alterada. 

Entre os principais alérgenos, contam-se as substâncias proteicas: 
  • proteínas do reino animal como a carne e, entre estas, principalmente o peixe, os camarões e os “frutos do mar”, que podem provocar graves alergias cutâneas. 
  • as proteínas do leite podem, por vezes, levar à alergia, mas já os derivados do leite acidificado não dão problemas, devendo-se portanto, dar preferência a estes. 
  • as nozes (avelãs, castanhas, amendoins, caju etc.) e o coco, frequentemente provocam alergias.
  • o mesmo ocorre com o cacau e todos os seus derivados ou produtos nos quais é empregue como chocolate etc. 
  • o café também deveria ser evitado devido aos produtos colaterais provenientes da torrefacção. 
Certas frutas ácidas, como morangos, pêssegos, ananás, laranjas, podem produzir reacções alérgicas.
Para o asmático, nem sempre a verdura crua é bem tolerada, devendo, em certos casos, ser de uso moderado, dando-se preferência as verduras cozinhadas ou sumos das mesmas. 

O uso das folhas é extremamente importante, igualmente os cereais devido à quantidade de sílica que contém, são indispensáveis para o tratamento da constituição alérgica. Entre eles, preferimos a cevada, mas o arroz integral está também indicado. As féculas não parecem estar implicadas em manifestações alérgicas. 

Certos condimentos, especialmente da família das Liliáceas (cebolas, alho, alho-porro) e das Crucíferas (mostarda etc.), podem provocar alergias e devem ser evitados. Deve dar-se preferência aos condimentos da família das Labiadas (tomilho, rosmaninho, hortelã, orégão) e Umbelíferas (salsa, coentros) por não apresentarem problemas. 

O asmático deve tomar maior cuidado com a refeição da noite, pois um jantar leve poderá prevenir um ataque de asma durante a noite.

28/01/13

Vacinar ou não Vacinar, eis a questão?!

Uma das perguntas mais frequentes no Consultório está relacionada com a vacinação das crianças.



Por um lado, se é ou não obrigatória, e que tipo de documentação é exigível, por outro o que pensamos sobre o tema e se há alguma alternativa homeopática.
A resposta à primeira pergunta encontra-se no Programa Nacional de Vacinação 2012  "Todos os indivíduos (ou os seus representantes legais) que recusem a vacinação com todas ou algumas vacinas, devem assinar uma declaração de recusa, que fica arquivada no serviço de vacinação." (Recomendações finais- pág.66).
Relativamente à segunda pergunta, a resposta é menos simples: trata-se de uma decisão que caberá sempre aos pais, desde que devidamente informados.
Um ponto de partida? A página do National Vaccine Information Center, por exemplo. Não havendo uma "alternativa homeopática" às vacinas (alguma coisa específica para esse efeito), estamos em crer que  a homeopatia é, desde logo, uma garantia de que o sistema imunológico está reforçado.


 

03/01/13

"Ciência Espiritual e Questão Social - Três Ensaios" - Rudolf Steiner

"Como pode o meu trabalho servir aos outros?"


Em conformidade com as notícias que a imprensa nos tem proporcionado, começamos 2013 com a leitura de um pequeno livro de Rudolf Steiner dedicado à questão social. Nele Steiner considera que a ciência espiritual não é algo que nos deva afastar da vida prática mas sim ensinar-nos a melhor vivenciá-la. Ao contrário do erro cometido pelo engenheiro na construção de uma ponte, a que facilmente chamamos de incompetência, no campo social as coisas não são enunciáveis desta forma. À partida, o sofrimento humano (que, entre vários aspectos, decorre também de um certo sistema sócio-económico) não pode ser visto como resultado de uma mera incompetência mas sim de um pensamento "que não foi educado para a vida". Daqui que, quanto mais aprofundado for o conhecimento da ciência espiritual, melhor poderá ser a actuação social.

"De nada nos adianta perceber que as condições são responsáveis pela má condição de vida das pessoas; devemos, isto sim, conhecer as forças através das quais se podem criar condições favoráveis" afirma Steiner, sugerindo mais à frente que "a ciência espiritual deve descer do seu isolamento frio até aos homens, até ao povo; deve colocar franca e seriamente a exigência ética da fraternidade universal à frente do seu programa" sem esquecer que, embora o meio social condicione amplamente o Homem, é também o Homem que cria o meio social - ponto essencial desta reflexão. É assim de se evitar crer que o sofrimento que uma classe provoca à outra seja propositado: "as condições em que vivemos são criadas pelos nossos semelhantes; e nunca seremos capazes de criar melhores se não partirmos de pensamentos, atitudes e sentimentos diferentes". Ora, o que Steiner propõe que pensemos é na nossa própria vida, dado que também nós, em certos momentos, podemos ser os "exploradores" e não os "oprimidos", isto é, é também graças a nós que, por exemplo, certo fabricante de roupa é explorado (pense-se no calçado feito por crianças, nas grandes marcas que se mandam produzir nos países "de terceiro mundo" por mão de obra barata, etc.).

É também importante distinguir os termos "rico" e "explorador", dado que não são (necessariamente) sinónimos. Enquanto a riqueza é o resultado de certo trabalho ou, por exemplo, de uma herança, a exploração está associada à ideia de "proveito próprio". Se pensarmos no exemplo da roupa, o que Steiner nos diz é que "as condições actuais fazem parecer muito natural que eu procure pagar o mínimo possível ao adquirir uma determinada roupa. Isto significa que tenho em vista apenas a minha pessoa. Aqui está indicado o ponto de vista que rege toda a nossa vida". Ora, pese embora tudo o que tenha que ver com alterações ao código do trabalho, no sentido de proteger os trabalhadores, a verdade é que enquanto o princípio que nos mover for o do nosso próprio proveito, o problema da exploração não estará resolvido.